Agentes fazem ‘operação tartaruga’ no presídio de Dourados

Foto: Cido Costa/DouradosAgora


Agentes penitenciários de Dourados aderem à paralisação em Mato Grosso do Sul. Ontem, o movimento iniciou no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande onde 2.390 internos cumprem pena.

Hoje, a mobilização por mais segurança no trabalho começa na Penitenciária Estadual de Dourados (PED) que registra superlotação com mais de 2.435 internos. Segundo estimativa do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul, em torno de de 90 agentes vão fazer ‘operação tartaruga’ prestando apenas serviços essenciais de saúde e alimentação dos internos da penitenciária de Dourados, além dos atendimentos judiciais.

O presidente do sindicato da categoria, André Luiz Santiago afirma que a mobilização segue até que o Governo do Estado atenda às reivindicações da categoria. Segundo ele, as ameaças são constantes e os internos apresentam mudança de comportamento, rejeitam contato direto com os agentes e passam a se aglutinar em grupos. Um anúncio à iminente ocorrência de rebelião.

O sistema registrou cinco tentativas de fuga na PED e cinco na Máxima em Campo Grande, nos últimos dias, o que sugere medo de mortes, durante os motins.

De acordo com denúncias, os agentes estão trabalhando de forma desumana, arriscando a vida diariamente com a superlotação. Na Penitenciária Estadual de Dourados, a média é de um agente para cuidar de um grupo de cerca de 300 presos.

O Sindicato da categoria acredita que a operação poderá abranger outras unidades prisionais em Mato Grosso do Sul onde agentes são constantemente ameaçados por lideranças entre os detentos. O movimento acontece após episódios, em Campo Grande, onde agentes foram envenenados e ônibus foram queimados.

Insegurança

Paralelo às condições dos presídios de Mato Grosso do Sul, outro entrave à segurança é a escolta de presos denunciada pelo Sindicato dos Policiais Civil de Mato Grosso do Sul (Sinpol-MS).

Na manhã de ontem, o Sinpol-MS registrou que 70 presos foram escoltados por oito policiais civis até o Fórum de Campo Grande. Situação irregular que configura desvio de função. “A escolta de presos é atribuição da Polícia Militar, contudo somos obrigados a fazer devido à falta de investimentos em ambas as instituições que sofrem com efetivo insuficiente”, afirmou o vice-presidente do Sinpol-MS, Paulo Queiroz.

O Sinpol-MS estima que em Mato Grosso do Sul há o déficit de cerca de 600 policiais civis, mesmo com o número aquém do ideal, a categoria é forçada a fazer atribuições que não lhe compete e que prejudica o cumprimento de sua missão de investigar crimes e prender os autores.

“As horas que os policiais civis passam na custódia e escolta de presos deveriam ser utilizadas na repressão ao crime. O cidadão quer a resposta do crime que ele foi vítima, independentemente, se foi um furto de uma bicicleta ou um homicídio. O desvio de função a falta de investimentos prejudicam o bom atendimento à necessidade da sociedade”, concluiu Queiroz.

Fonte: Maria Lucia Tolouei – DouradosAgora

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