Bela Vista de antigamente – Por Hiroshi Uyeda


Objetos antigos estão à venda pela Internet: pinguins de geladeira, rádios a pilha, megafones, discos de vinil, móveis, pratos, talheres e muito mais. Todos eles foram, no seu devido momento, entre os anos 60 a 80, motivo 

de deslumbramento e de alegria para muitos bela-vistenses. Hábitos e costumes se alteraram, mas, muitos se lembrarão de:

– Mandiopã, 7up, Crush; telefone de latinha, pega varetas, bete, esconde-esconde, pique, pião de lata, caleidoscópio, aquaplay, gibis de Capitão Marvel e Super-Homem; bonecas de porcelana; bicicletas Philips, óleo de fígado de bacalhau, Emulsão Scott; kichute; goma de mascar Pin-Pong; carteiras escolares duplas, de madeira, tampo com dobradiças; sininhos no término dos recreios ou das aulas e caderno de caligrafia. 
– Brilhantina Glostora, relógio Ômega Constellation, pomada Minâncora, tênis Conga, calças de nylon, camisas ban-lon, filmes com Roy Rogers, Durango Kid e Zorro e radinhos a pilha Zenith.
– Tailleur com xadrezinhos, penteados altos, saias plissadas ou rodadas, cintos pretos largos, bobs nos cabelos, regulador Xavier, revistas Sétimo Céu e O Cruzeiro e fotos em monóculos.   
– Caneta tinteiro Parker 51 com pena de ouro, mata borrão, máquinas de escrever Underwood, de calcular Burroughs, cigarros Colúmbia, chapéus Ramenzoni; cuecas de algodão samba-canção; CAN – Correio Aéreo Nacional, automóvel Aero Willys e Vemaguete. 
–  Máquina de costura de pedal, geladeira a querosene na sala de visitas, com pinguim em cima, fogão de lenha com serpentina, bombas de flit, ferro com brasas para passar roupas, lampião a querosene Aladdin.

Esse universo de objetos compuseram cenários em todos os lares bela-vistenses, na áurea década dos Beatles. Vez ou outra alguém deles se lembra e os publica nos sites de relacionamentos sociais. Muitos nem se atrevem a isso, pois fazem-nos lembrar quanto trabalho tiveram. Imaginem lustrar com escovão o piso de madeira da casa, usando panos, cera e muito esforço, puxar água de poço com corda amarrada a um balde ou, cansativamente, ficar horas intermináveis movimentando uma bomba manual de sucção até encher a caixa d`água e, ainda, lavar fraldas de tecido de algodão.

Uma Bela Vista para muitos, apenas, imaginária. Mas existiu. 

Por Hiroshi Uyeda

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