A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS) pediu a prisão domiciliar do advogado e ex-vereador Robson Leiria Martins, preso na última quinta-feira (16), junto com o empresário Luciano Roberto Pageu, supostamente extorquindo o vereador Alceu Bueno, do PSL.
De acordo com o advogado de Robson e Luciano, Ramão Sobral, o pedido da OAB se deve em razão da prerrogativa de o ex-vereador também ser advogado.
Com relação ao pedido de habeas corpus, impetrado pela defesa na sexta-feira (17), quando as prisões foram convertidas em preventivas, o plantão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul julgou e negou a liberdade dos suspeitos. Todavia, explicou Ramão Sobral, o mérito ainda será colocado em pauta na próxima quarta-feira (22) para ser julgado.
O advogado de defesa disse ainda não teve acesso ao empresário Luciano e ao ex-vereador Robson, que estão em celas da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos (Derf), na Vila Sobrinho, em Campo Grande. “Eles alegam que só tem uma pessoa e não tem como entrar para ter acesso aos presos”, justificou Ramão Sobral.
Caso
Conforme a investigação, no final do mês passado, um ex-funcionário do empresário Luciano Pageu, mais conhecido como Luciano Altar, teria tido acesso às imagens de adolescentes junto ao vereador Alceu Bueno. Os arquivos teriam sido repassados para o ex-funcionário por uma suposta cafetina, que teria ficado revoltada depois que duas adolescentes que se prostituíram acabaram sendo levadas para a delegacia.
Com as imagens em mãos, o ex-funcionário procurou Luciano e esse, por sua vez, procurou o vereador Alceu Bueno, levando ao conhecimento dele as imagens. “Deus te blindou, caíram umas meninas que iriam te extorquir, mas por acaso essas meninas estavam hospedadas na casa de um funcionário meu”, teria dito Luciano ao vereador, segundo depoimento de Alceu à Polícia Civil.
Diante da situação, Alceu teria acionado o ex-vereador e também advogado Robson Martins para aconselhá-lo no caso. De acordo com o inquérito, Robson tomou a frente nas negociações com o ex-funcionário de Luciano, que inicialmente teria pedido R$ 1 milhão para não divulgar as imagens.
Os valores foram sendo negociados entre Robson e Luciano Pageu, que confirmou a Alceu que teria mandado o ex-funcionário para o interior de São Paulo. Evitando, assim, o contato com Bueno.
À polícia, o vereador afirma que Robson Martins teria feito uma “lavagem cerebral” nele, o orientando a pagar a quantia que o funcionário de Luciano solicitava. Para dar “um cala boca” no responsável pela extorsão, o vereador Alceu Bueno disse à polícia ter pago R$ 100 mil a Robson e Luciano.
Na última quinta-feira (16), um novo encontro entre o vereador, Luciano e Robson ocorreu, foi quando Alceu Bueno denunciou a extorsão à polícia e os dois acabaram presos em flagrante.
Fonte: Vânia Santos e Aliny Mary Dias – Correio do Estado