Ouça a entrevista da Rádio Câmara com o médico infectologista do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, Jean Gorinchteyn.
Relações sexuais desprotegidas e nenhuma preocupação com o contágio da Aids, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Essa é a geração do século XXI, que está pouco preocupada com a doença.
Quando surgiu, na década de 80, o mundo vivia a liberação sexual. A doença era sinônimo de medo e preconceito, uma vez que o grupo de risco incluía usuários de drogas e homossexuais, e levava à morte em pouco tempo.
Três décadas depois, a Aids parece não meter medo, graças à eficiência dos medicamentos. E como consequência, a geração de hoje, pouco conhece os riscos que correm.
Somente de 2005 a 2013 foram notificados 42 mil novos casos, um aumento de 11% em oito anos. O grupo em que a doença mais avançou foi o de jovens com idades entre 15 e 24 anos.
Emergência
Pouca gente sabe que tem à disposição um medicamento de emergência, que deve ser tomada em até, no máximo, 72 horas depois do contato sexual. O tratamento dura um mês e os remédios devem ser tomados todos os dias, rigorosamente. Esses remédios de emergência, chamados de Profilaxia Pós-Exposição, ou PEP, estão disponíveis na rede pública, mas pouca gente sabe. No ano passado, foram usados pouco mais de 20 mil kits de PEP em todo o país.
Medicação
Ainda não existe cura para quem tem HIV, mas, nos Estados Unidos, já é realidade um medicamento capaz de prevenir a contaminação em até 92%: a profilaxia pré-exposição, ou PREP. No Brasil, uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ainda está em fase inicial de testes para esse remédio e só deve estar disponível para os brasileiros daqui a dois anos.
Fonte: Elisabel Ferriche e Lincoln Macário – Rádio Câmara