Casos de Aids no Brasil cresceram 11% em 8 anos


Ouça a entrevista da Rádio Câmara com o médico infectologista do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, Jean Gorinchteyn.


Relações sexuais desprotegidas e nenhuma preocupação com o contágio da Aids, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Essa é a geração do século XXI, que está pouco preocupada com a doença.

Quando surgiu, na década de 80, o mundo vivia a liberação sexual. A doença era sinônimo de medo e preconceito, uma vez que o grupo de risco incluía usuários de drogas e homossexuais, e levava à morte em pouco tempo.

Três décadas depois, a Aids parece não meter medo, graças à eficiência dos medicamentos. E como consequência, a geração de hoje, pouco conhece os riscos que correm.

Somente de 2005 a 2013 foram notificados 42 mil novos casos, um aumento de 11% em oito anos. O grupo em que a doença mais avançou foi o de jovens com idades entre 15 e 24 anos.

Emergência

Pouca gente sabe que tem à disposição um medicamento de emergência, que deve ser tomada em até, no máximo, 72 horas depois do contato sexual. O tratamento dura um mês e os remédios devem ser tomados todos os dias, rigorosamente. Esses remédios de emergência, chamados de Profilaxia Pós-Exposição, ou PEP, estão disponíveis na rede pública, mas pouca gente sabe. No ano passado, foram usados pouco mais de 20 mil kits de PEP em todo o país.

Medicação

Ainda não existe cura para quem tem HIV, mas, nos Estados Unidos, já é realidade um medicamento capaz de prevenir a contaminação em até 92%: a profilaxia pré-exposição, ou PREP. No Brasil, uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ainda está em fase inicial de testes para esse remédio e só deve estar disponível para os brasileiros daqui a dois anos.

Fonte: Elisabel Ferriche e Lincoln Macário – Rádio Câmara

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