É quase uma ofensa ir à cidade sul-mato-grossense de Maracaju (160 km ao sul de Campo Grande) e não provar a famosa linguiça local.
Logo na entrada da cidade, um enorme “boneco-linguiça” dá as boas-vindas aos visitantes. Nos bares e restaurantes do município de 42 mil habitantes, as placas na calçada convidam: “Temos linguiça de Maracaju”.
A iguaria é feita de carne bovina, e não suína, cortada em pedacinhos ao invés de moída. A ideia inicial, no começo do século 20, era preservar por mais tempo a carne “de primeira”, numa época em que ainda não havia geladeiras.
A linguiça é servida em “espiral”, grelhada, no espeto ou na chapa. Algumas têm pedaços de queijo no meio, ou são apimentadas.
O grande segredo da comida está no tempero: além de pimenta dedo-de-moça, alho, sal e cheiro-verde, o ingrediente chave, que por muito tempo permaneceu irrevelado, é o suco de laranja azeda.
A laranja começou a ser usada primeiro para conservar o produto, que era feito pelas famílias colonizadoras da região, desde a década de 1930. Acabou dando o sabor característico da linguiça.
Até hoje, a linguiça de Maracaju não contém qualquer aditivo químico. Uma lei municipal regulamenta sua produção e um selo certifica que ele segue os padrões da iguaria.
O tempero, comum para todos os produtores certificados, é feito pela Casa da Linguiça de Maracaju.
Quem quiser também pode ir à Festa da Linguiça de Maracaju, que acontece todo mês de maio. O evento é beneficente, com direito a almoço completo e show sertanejo. Aí sim, é a experiência completa.
Fonte: Famasul