O deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) afirmou que a CPI que vai investigar o desvio de R$ 700 milhões da Enersul, em um período de dez anos (2002 – 2012), tem como objetivo descobrir se existem políticos envolvidos neste esquema. Ele voltou a dizer que a lista de 35 pessoas físicas e jurídicas, chamada de “Folha Confidencial”, segue em sigilo, ou seja, não há informações sobre quem são seus integrantes.
Marquinhos negou que tenha informações de quem sejam os participantes desta “lista secreta”, ou se ao menos tem conhecimento se estes são políticos, empresários ou apadrinhados políticos. “Como já havia afirmado, a empresa que fez a auditoria afirmou que estes nomes estão sob sigilo, eu seria leviano se apontasse alguém”, disse o peemedebista.
O deputado ressaltou que assim que a CPI for instaurada e começar os trabalhos, a intenção é convocar representantes da Enersul e da própria empresa que fez a auditoria, a PWC (PricewaterhouseCoopers), para esclarecer quem eram os beneficiados da lista secreta.
“Queremos saber se eram políticos, se os escolhidos eram apadrinhados, se eles tinham cargo, o que faziam, se cumpriam horário e quanto recebiam por mês”, ressaltou o parlamentar. Ele ainda citou que quer esclarecer se esta remuneração era feita pela Enersul, assim como se existia um contrato de consultoria. “Na CPI podemos romper este sigilo e buscar as informações que necessitamos”.
O deputado ainda quer que esta comissão parlamentar possa recuperar estes valores “desviados”, ficando a pendência para empresa que assumiu o comando da Enersul, neste caso a Energisa. “Quando se compra uma empresa se mede se é atrativa e viável e também se compromete com o ônus e o bônus, o passivo e ativo”.
Investigação – O deputado Marquinhos Trad (PMDB) já recolheu as assinaturas necessárias para abertura da nova CPI da Enersul, só espera agora a publicação oficial da Mesa Diretora, para dar início aos trabalhos, com a composição do grupo partidário e definição do cronograma.
Além desta lista secreta, a investigação deve apurar a concessão de gratificações de até R$ 2,5 milhões a funcionários, sem qualquer justificativa, falta de registros contábeis no valor de R$ 200 milhões em relação ao Programa de Universalização da Energia Elétrica, do Governo Federal, assim como a deliberação indevida de dividendos e juros sob o capital da empresa.
Outro tema que terá destaque é a terceirização de serviços da Enersul, com a contratação de empresas que pertencem a pessoas ligadas a direção do Grupo Rede, entre elas a Elucid Solution S.A e RBGRQM Participações Sociedade Anônima, sendo que só a primeira recebeu R$ 185,8 milhões.
Após entrega de ofício do deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) e do ex-deputado federal Fábio Trad (PMDB) a CVM (Comissão de Valores Mobiliários,), esta contratou a empresa PWC para realizar a devida auditoria na Enersul, quando se constatou o desvio de quase R$ 700 milhões.
Fonte: Leonardo Rocha – Campo Grande News