O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul criou um Grupo de Trabalho Institucional para elaborar propostas e projetos para a recuperação, proteção e uso sustentável da Bacia do Rio Formoso, curso d’água localizado em Bonito.
A primeira reunião do grupo foi realizada nesta quinta-feira (18), e contou com a participação do governador, Eduardo Riedel, que destacou a responsabilidade do Estado em estabelecer e colocar em prática, ações de preservação ambiental em Bonito, com foco no Rio Formoso.
“Bonito é um patrimônio do Brasil, e do mundo. E isso nos impõe uma responsabilidade muito grande. A gente precisa criar mecanismos e buscar soluções. Este grupo de trabalho é importante, no sentido de estabelecer um cronograma de ações e prazos. Precisamos e devemos dar esse retorno para Bonito, que é representativo e um ícone de todo o potencial turístico e de preservação que temos no Estado”, afirmou Riedel.
A criação do grupo foi formalizada em dezembro de 2023, e levou em consideração o crescimento do município de Bonito, considerado a capital do ecoturismo do estado, bem como o aumento expressivo no número de visitantes nos últimos anos, além da necessidade de desenvolver ações que permitam o desenvolvimento sustentável, preservando as belezas naturais e a qualidade de vida da população.
O relatório do Observatório do Turismo e Eventos de Bonito (OTEB), coordenado pelo Bonito Convention e Visitors Bureau, divulgado na semana passada, apontou que em 2023, o município teve o melhor público desde 2015.
Pensando nisso, o Grupo de Trabalho foi criado, e terá 120 dias para apresentar as propostas de ação para recuperação, proteção e uso sustentável do Rio Formoso.
“Este grupo específico é para que a gente possa ter ações efetivas, práticas e de curto prazo, em relação a situação do Rio Formoso. Obviamente nós já temos um conjunto de ações para toda a bacia e os outros municípios, Bodoquena e Jardim, além de Bonito. O nosso objetivo é construir soluções, do Governo junto com a prefeitura”, disse o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
Histórico
Os primeiros registros de turbidez nas águas dos rios Formoso e Prata foram encontrados no final de 2018. À época, o Governo do Estado e a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos adotaram medidas – como a construção de barreiras para impedir a erosão – que não foram suficientes para suprir a grande quantidade de sedimentos que chegavam aos rios.
Em 22 de março de 2019, foi aprovado que as ações mecanizadas de preparo do solo nas propriedades rurais localizadas nos municípios de Bonito e Jardim apresentassem à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, até então chamada Semagro, um projeto técnico de manejo e conservação do solo e água antes de serem executados.
A medida tinha como intuito preservar a integridade dos recursos hídricos naquela região (principalmente os banhados e nascentes), reduzir o impacto do carreamento de sedimentos aos rios e córregos, principalmente no período de chuvas, e evitar maiores prejuízos ao meio ambiente e atividades econômicas coexistentes em Bonito e Jardim, como a agricultura e o turismo.
No dia 25 de novembro de 2021, o então governador Reinaldo Azambuja (PSDB), entregou pessoalmente o projeto de proteção dos rios Formoso e Prata ao deputado Paulo Corrêa (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS).
Em 30 de dezembro de 2022, o Correio do Estado noticiou que as águas do Formoso haviam amanhecido turvas, e a preservação do rio voltou a se tornar foco das autoridades ambientais. Na ocasião, o prefeito de Bonito, Josmail Rodrigues, denunciou que a poluição teria sido causada por um empresário dono de uma rede de postos de combustíveis em Andradina (SP). De acordo com as denúncias de moradores da região, ele estaria fazendo um açude para criação de tilápias.
Fonte: Alanis Netto/Correio do Estado