Após derrotas consecutivas na Justiça e de ter o movimento esvaziado, professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) de Campo Grande decidiram na manhã desta quarta-feira (19) encerrar a greve, iniciada em 6 de novembro. A categoria decidiu continuar na esfera judicial a luta para conseguir reajuste salarial de 8,46%.
Segundo informações do ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), nesta quarta-feira apenas 17% das escolas municipais estavam sem aula. A título de comparação, na sexta-feira (14) eram 66% aderindo à paralisação.
A greve começou porque a categoria quer o cumprimento da chamada Lei do Piso. Na prática, é um reajuste de 8,46% que equipara os vencimentos base locais ao piso nacional do magistério.
O prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, disse em várias ocasiões que cumpriria o prometido, ou seja, pagaria o aumento, só não sabia quando poderia fazê-lo. Não foi o suficiente para conter os ânimos dos professores.
Na semana passada, no entanto, a Prefeitura foi à Justiça e minou o movimento dos professores. Primeiro, conseguiu liminar obrigando 80% da categoria a retomar as aulas; depois, com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a Câmara Municipal, derrubou a Lei do Piso.
Agora, o ACP prepara o contra ataque e, por hora, a briga pelo reajuste dos professores ficará a cargo dos tribunais. O sindicato informou que vai entrar com uma reconvenção – em outras palavras, vai processar o prefeito cobrando o cumprimento da lei.
Há, ainda, intenção do ACP em impetrar ação por danos morais em favor dos associados. Outra medida será a tentativa de incluir o sindicato como parte interessada na Adin da Prefeitura contra a Câmara em relação à Lei do Piso.
Manobras à parte, os professores prometem manter o movimento de luta pelo reajuste salarial. Fará isso adesivando carros, conversando com pais de alunos e cobrando, da Prefeitura, uma planilha que comprove situação temerária nos cofres municipais.
Fonte: Waldemar Gonçalves e Mayara Bueno – Midiamax