Com o objetivo de tirar Campo Grande e Mato Grosso do Sul do topo dos rankings que contabilizam casos de violência contra a mulher, a primeira Casa da Mulher Brasileira do país foi inaugurada ontem (3), com presença da presidente Dilma Rousseff (PT), ministras e autoridades que atuam diretamente no setor. Durante o discurso de inauguração, Dilma afirmou que outras 26 unidades serão construídas no país e a erguida na Capital, ao custo de R$ 18,1 milhões, deverá ser exemplo de funcionamento para as demais.
Dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres apontam que tanto a Capital quanto o Estado se destacam em levantamentos que apontam casos de violência. Durante todo o ano passado, 5.966 mil casos foram registrados pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Campo Grande. Outro número que chama a atenção é a quantidade de estupros, que fazem com que o Estado seja o 2º do país com maior número de casos. Em 2013, foram 1.263 mil mulheres estuprada, o número equivale a uma mulher violentada a cada 7 horas. A quantidade de mulheres assassinadas em Mato Grosso do Sul também assusta. Em 2013, último dado atualizado na pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a média era de pelo menos 79 mulheres mortas por ano. No ranking brasileiro, o Estado é o 15º em mortes.
Assistida por 700 pessoas, Dilma Rousseff ressaltou os dados de violência no Estado e na Capital e disse que o trabalho desenvolvido a partir de agora na Casa da Mulher Brasileira fará parte de uma atuação unificada entre prefeitura, Governo Estadual e Federal para que a proteção da mulher seja, de fato, realidade.
Serviços
+ACOLHIMENTO E TRIAGEM: Com abordagem focada na mulher vítima da violência, casa será voltada para o máximo conforto e atenção possível a mulher.
+APOIO PSICOSSOCIAL: Trabalharão no espaço assistentes sociais e psicólogoas, que poderão dar todo o tipo de apoio para as vítimas.
+DELEGACIA ESPECIALIZADA: A Deam, que antes funcionava apenas em horário comercial, agora será 24 horas. O plantão atende demanda antiga de movimentos sociais e da própria Polícia Civil.
+ JUIZADO ESPECIALIZADO: Funcionarão no espaço juizados e varas específicas da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. O objetivo é dar agilidade aos julgamentos, inclusive os pedidos de medida protetiva.
+ PROMOTORIA ESPECIALIZADA: Um braço do Ministério Público Estadual irá atuar no espaço, o que fará com que ações penais sejam agilizadas e o atendimento possa ser fiscalizado de perto.
+ DEFENSORIA ESPECIALIZADA: Assim como a promotoria, a Defensoria Pública Estadual também terá profissionais à disposição das mulheres. O núcleo irá orientar as mulheres e prestar assessoria jurídica.
+ CENTRAL DE TRANSPORTES: As mulheres que estiverem em situação de vulnerabilidade, poderão ir até a Casa com auxílio de condução própria da unidade.
+ ALOJAMENTO DE PASSAGEM: Quartos foram construídos e até 10 mulheres poderão dormir no espaço, por até quatro dias. A medida visa atender vítimas vindas do interior do Estado.
+ BRINQUEDOTECA: Em busca de atendimento, as mulheres que levarem os filhos até o espaço poderão deixar as crianças sob a vistoria de um profissional especializado.
+ AUTONOMIA ECONÔMICA: Depois de todo o processo e recuperada da violência, a mulher contará com equipes multiprofissionais que orientarão às mulheres que quiserem capacitação e emprego, com objetivo de reduzir a dependência financeira.
Fonte: Aliny Mary Dias – Correio do Estado