A decisão do Governo Federal de aumentar os impostos sobre operações financeiras (IOF) e combustíveis (PIS/Cofins e Cide) e a elevação da taxa básica de juros (Selic) criam um cenário preocupante ao setor industrial no restante de 2015. “Para cobrir as despesas, o Governo está aumentando os impostos e, com certeza, mais setores da economia brasileira ficarão fora do mercado. Os impostos nacionais já são insuperáveis e o reflexo disso será o crescimento do desemprego, que já está entre nós. As fábricas continuarão a demitir, pois não conseguirão mais produzir com a atual burocracia e a pesada carga tributária”, analisou o presidente da Fiems, Sérgio Longen.
Segundo ele, mesmo com a economia brasileira praticamente parada, o Banco Central autorizou o Copom (Comitê de Política Monetária) a aumentar a Selic para 12,25% ao ano. “Esse aumento reforça a percepção de que o maior esforço do Governo está concentrado, de fato, em levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%, até o fim de 2016 ao mesmo tempo em que se busca colocar em ordem as contas públicas gradualmente nos próximos anos. Contudo, o panorama inflacionário brasileiro é complexo e, possivelmente, esse não será o único aumento da taxa básica de juros em 2015. Além disso, nos próximos meses, devemos esperar os impactos dessa alta de impostos anunciada pela equipe econômica do Governo”, pontuou.
O pacote citado inclui o aumento da alíquota de IOF para as operações de crédito da pessoa física de 1,5% para 3%, a elevação na alíquota de PIS/Cofins sobre importação de 9,25% para 11,75% e o aumento da Cide e do PIS/Cofins sobre combustíveis. “De forma geral, os consumidores vão ter que pagar mais caro pelos produtos e terão mais restrição ao crédito. Com esse cenário, os empresários estão revendo suas perspectivas para o ano e, alguns, já cogitam até mesmo a chance da economia brasileira entrar em recessão. O ajuste macroeconômico em curso, com alta de preços administrados, elevação da taxa de juros e aumento de impostos, somados ao crescente risco de racionamento de energia devem a afetar a produção e o consumo das famílias, o que pode comprometer os investimentos”, finalizou Sérgio Longen.
Fonte: Assessoria/FIEMS