Para mais da metade dos brasileiros, a economia está caminhando para um cenário positivo: 53% da população acima de 16 anos acredita que o país vai melhorar nos próximos seis meses. Os dados são da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira-Economia e População, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O levantamento mostra que 38% da população vê a situação atual como ruim ou péssima. Um percentual maior do que aqueles que registraram regular, ótimo ou muito boa. Mas o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, entende que, mesmo que a população ainda se preocupe com a economia brasileira, isso tende a mudar. Para 45% dos entrevistados, a situação já foi pior e a economia melhorou nos últimos seis meses.
“A avaliação da população com relação ao futuro é positiva. As expectativas da população para os próximos seis meses, para 53% da população, é de melhoria. Ou seja, essa situação tende a mudar. Uma avaliação negativa que pode se tornar mais positivo no futuro”, analisa.
Para a pesquisa, foram ouvidas 2.004 pessoas nas 27 Unidades da Federação, entre 14 e 19 de setembro de 2023.
O que esperar para os próximos seis meses?
De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, a percepção mais positiva da população para os próximos seis meses é importante, pois afeta as decisões de consumo.
“Na medida que o consumidor vê mais confiança na economia, ele se sente mais confortável a fazer o consumo especialmente em bens de maior valor. São resultados positivos não só para a indústria como para a economia como um todo”, observa.
Os preços dos produtos consumidos devem aumentar, para 49% dos brasileiros. No entanto, 32% consideram que os preços diminuíram e 18% disseram que estão iguais nos últimos seis meses. A expectativa é de aumento de preços nos próximos seis meses para 46% da população, enquanto 29% acreditam que a inflação vai começar a cair.
Para 48% dos entrevistados, as taxas de juros de suas compras ou de suas dívidas aumentaram nos últimos seis meses e 9% dizem que caíram. Conforme o relatório, a projeção para 39% da população é de aumento nos juros dos financiamentos pessoais, enquanto 24% avaliam que os juros devem cair.
Segundo o gerente de Análise Econômica da CNI, o Brasil ainda precisa de uma política industrial moderna, focada em inovação, e da reforma tributária para atrair investimentos e crescer de forma sustentada. Para Marcelo Azevedo, o crescimento econômico é essencial para aumentar a qualidade de vida da população.
O resultado da pesquisa varia conforme a região. No Nordeste, 32% afirmam que o desempenho da economia está ótimo ou bom e 30% ruim ou péssimo. No Norte e Centro-Oeste, o percentual de quem assinalou ótimo ou bom cai para 23%. E a avaliação de que está ruim ou péssimo sobe para 44% dos entrevistados.
No Sudeste, 20% marcaram que a economia está ótima ou boa e 39% assinalaram ruim ou péssima. O Sul tem a pior percepção: a avaliação de 18% da população é de que a situação econômica está ótima ou boa e 43% acreditam que está ruim ou péssima.
Para 32% dos entrevistados, a percepção de aumento da pobreza na região e nos ambientes que frequentam se expandiu nos últimos seis meses. Essa percepção permaneceu igual para 49% dos brasileiros e caiu para 26%.
Para os próximos seis meses, 29% dos brasileiros afirmam que a pobreza ao seu redor vai aumentar e outros 29%, o mesmo percentual, acreditam que a pobreza será menor.