O ano letivo em nossas escolas estaduais inicia-se com o governo dando intensionalmente uma volta por cima. Os atrasos do ano passado na distribuição de kits de utensílios educacionais aos estudantes têm agora a prova de estarem reduzidos a contratempos administrativos de uma formação do Executivo àquela época recém-nascida, em pontualidade superando até a gestão anterior de André Puccinelli. Ademais, duas novas escolas em Campo Grande têm a promessa de se sobressair dentre a malha pedagógica com abordagens mais intensivas do currículo educacional. O segundo ano de Reinaldo Azambuja no comando de Mato Grosso do Sul é o marco inicial de uma oportunidade com muito potencial de proveito à frente para o reparo de outros desacertos e novos desafios.
O fresco fim de um ano economicamente débil coloca pais e estudantes na corda bamba durante a saga em paga busca dos materiais em que vão se ancorar as experiências dos alunos com o que lhes é necessário aprender para a compreensão de qual é e como deve ser seu papel na coletividade. Por outro lado, como típico motivo, são como são as coisas na hora de adquirir os itens devido à parcial especificidade na demanda pelos produtos graças à bem-sucedida influência da mídia com suas modas acabando neles embutidas atraentes sobretudo ao público ainda não adulto. Assim se desenvolvem as mudas de um futuro exército de cidadãos sem definida personalidade, com forças reduzidas para decisões independentes.
O governo sul-matogrossense contra isso empenha-se, pois, dentro do que pode e a longo prazo há de presenciar algum nível de mudança social e reconhecer seus vetores, embora a quantidade ainda esteja abaixo do que leva a efeitos mais expressivos por conta da letargia de outros setores a que cabe o dever, caso dos governos municipais, a União e os meios comunicativos de fora e daqui, estes recebendo e retransmitindo os por vezes deletérios valores partidos da mídia nacional ao mesmo tempo em que retratam nosso cotidiano real (noticiários) e “fictício” (antigos costumes ou histórias lendárias presentes nas manifestações culturais). Familiarizam-se com nossa identidade regional, em significativa intensidade repartida com as preferências massificadas, muitos frequentadores de Ensino Fundamental ou Médio inclinados ao desenho ou poesia de quem as criações são escolhidas para ornar parte dos itens que formam os kits de material escolar (caixas de lápis de cor, capas e contracapas de cadernos), transmitindo a outros essa noção cultural aliada à poupança nos orçamentos familiares. Tal retribuição do imposto nosso de cada minuto, hora, dia, mês e ano chegava à categoria necessitada sob certo atraso quanto à retomada das aulas no curso da regência Puccinelli, ponto em que seu sucessor gera uma quase simétrica reviravolta com a disposição dos conjuntos em antecedência ao reinício dos estudos, salto progressivo também abrangente no que se refere à recorde ausência de pontualidade dos atuais gestores em 2015 que fizeram as entregas apenas em junho por hoje compreensível inexperiência.
Ao caso das escolas estaduais Waldemir Barros da Silva e Manoel Bonifácio Nunes da Cunha, na capital, está previsto para se ter agregado ao adiantamento na distribuição dos “gratuitos” kits um uso mais pródigo. Valorizar a capacidade de muitos estudantes para a busca de uma compreensão dos conhecimentos que recebem acima do “básico” e induzí-la ao resto do corpo dicente é a fórmula que faz dos colégios um modelo para a melhora do também inegavelmente colaborativo programa que desbancam, o Mais Educação, susceptível a ter sua eficácia suprimida pela tesoura financeira do quebrado governo federal por sua origem remontar às entranhas do mesmo, em semelhança ao FIES e o Vale Universidade. Mais três anos (contando este) estão a nossa disposição para nos mobilizarmos em favor da vinda desse transformador sistema de ensino aos principais municípios do interior.
Caso nas despesas públicas isso caiba. Da mesma forma como a ordem financeira é indispensável em somadas e simultâneas demandas pedintes de disciplina fiscal por justa causa. Deixamos para trás um ano histórico devido à primeira greve registrada no sistema educacional, pelo menos de acordo com as perspectivas das atuais gerações estudantis que integrei até o ano passado, quando o Ensino Médio concluí. Mas as águas passadas não levam dos cidadãos bem politizados a lembrança que nos faz cobrar do governo fidelidade aos compromissos que firmou com os funcionários do setor objetivando a volta do serviço. Recapitulemos ainda que a inauguração de suntuosos empreendimentos pedagógicos não é alinhável a desleixos com a estrutura dos já em uso, também ocupados por gente. Engrossa o coro para esse apelo a exigência de intervenções nas estradas e pontes arruinadas pelas chuvas em várias cidades necessária para restabelecer o transporte de que são dependentes o escoamento de bens econômicos e o transporte relativo a serviços essenciais, como a saúde e o ensino.
Num governo que enseja avolumar a carga tributária que perdeu sua clemência há longínquo tempo é lógico que vai ter dinheiro em quantia encaixável nesse buraco a tapar. Não há obstáculos invencíveis com mudanças na consciência político-econômica dos gerentes fazendários e seus chefes, contendo ela o poder de suavizar o aperto imposto à coletividade mediante o acerto na proporção entre o que é sacado dos cofres públicos e o que é gasto com sucesso.
* Victor Teixeira é articulista, natural de Dourados e residente em Itaporã-MS e através de seu blog busca conhecer variadas realidades regionais, nacionais e estrangeiras pelo que a imprensa das próprias áreas noticia.