Três dias após a maior manifestação ocorrida no país, a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciou Luiz Inácio Lula da Silva como o novo ministro-chefe da Casa Civil, substituindo Jaques Wagner, que a partir de agora ocupa a chefia de gabinete da presidência da república.
Como já era previsível, a decisão causou revolta e inúmeras manifestações ocorreram simultaneamente em vários cantos do país, pois acredita-se que a nomeação ocorreu não com interesse na melhoria do país – que passa por uma grave crise econômica, política e moral – mas com o objetivo de retirar o processo das mãos do juiz federal Sergio Moro – conhecido por ser um juiz rígido e muito hábil nas suas decisões – garantindo a ele foro privilegiado, já que ao assumir a pasta, somente poderá ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A suspeita de que a nomeação de Lula como ministro teria como objetivo evitar uma possível prisão do ex-presidente, se tornou ainda maior no início da tarde desta quarta-feira (16), quando o juiz federal Sergio Moro retirou o sigilo das conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal e entre os conteúdos divulgados apareceu uma conversa da presidente Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, realizada hoje, onde a presidente afirma que o assessor de assuntos jurídicos da presidência iria levar até ele o termo de posse e que somente deveria usá-lo “em caso de necessidade”.
A decisão da presidente em nomear um investigado na operação Lava Jato (mesmo que seja apenas investigado) deixa a população brasileira inconformada, revoltada e com o sentimento de impotência vendo um país “mergulhado na lama” da corrupção, que desviou bilhões de reais da maior estatal brasileira e que vê sua presidente – eleita por mais de 54 milhões de votos – ir contra a população, claramente contra a investigação e a favor de seu “padrinho político” apenas com a intenção de protege-lo de uma investigação que poderia puni-lo – se houver comprovação de que ele tenha cometido crime – ou inocentá-lo caso as investigações demonstrem o contrário.
A sensação que fica é de que o país é governado por um partido que se preocupa mais com a manutenção de seu governo, de seu “mito”, do que com a situação em que o país se encontra e com os brasileiros que os colocaram no poder há 14 anos.
Que país é esse? Onde um investigado assume ministério e a presidente da república age como “advogada” desmerecendo o trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário.
Esse país é o Brasil!
*Thaffarel Nunez Gonçalves é jornalista do TNG Informa e acadêmico do curso de Letras com habilitação em Português e Espanhol da UFMS polo Bela Vista
