Rota do Pantanal terá quatro novos pedágios e prevê aumento na tarifa
Foto: Gabriel de Matos/Campo Grande News

Rota do Pantanal terá quatro novos pedágios e prevê aumento na tarifa

Concessão da Rota do Pantanal prevê a instalação de quatro novas praças de pedágios e aumento na tarifa básica de tráfego, que está estimada em R$ 14 a cada 100 quilômetros, segundo dados divulgados em audiência pública que debateu o projeto durante a tarde desta terça-feira (21). Os pontos seriam instalados nos municípios de Jaraguari, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso e Pedro Gomes.

As obras, estimadas em R$ 7 bilhões, foram apresentadas em evento da ANTT (Agência Nacional de Transporte e Trânsito), que ocorreu na Assembleia Legislativa.

Segundo o estudo, serão necessários sete anos para a recuperação total da rodovia, o que inclui 63 km de duplicação, 84 km de faixas adicionais, parada de descanso para caminhoneiros, 64 interseções, 5 km de adequações em duplicações, 3 km de vias vias marginais, além das quatro praças tarifárias.

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota) defendeu um novo traçado, diante do crescimento urbano da Capital, mas se preocupou com o impacto das obras aos moradores e empresários das áreas que abrangem o município.

“Temos um número excessivo de trabalhadores que usam a BR. Podemos conversar com a agência e propor a duplicação neste momento, e no futuro, retomar a conversa para desenhar um novo traçado que amplie a área urbana de Campo Grande”, explicou a gestora.

Em dados apresentados durante a fala, a prefeita acentuou que 803 acidentes foram registrados no perímetro urbano de Campo Grande, entre 2017 e 2022.

Decepção – O prefeito de Coxim, Edilson Magro (DEM), demonstrou descontentamento durante sua fala, e afirmou que as melhorias prometidas nos estudos continuarão nas promessas. “Essa discussão acontece desde 2014. Não podemos aceitar o aumento do pedágio. Temos que punir a concessionária que não conseguiu cumprir o contrato”, comentou.

Já o governador, Eduardo Riedel (PSDB) afirmou que o Estado ‘não pode abrir mão’ das concessões em um espaço curto de tempo, e enfatizou as dificuldades enfrentadas diante a presença de outros parlamentares, prefeitos e secretários da administração.

“Nove anos de concessão, expectativa frustrada e pedágio sendo cobrado e o avanço das obras cessadas. É um problema para o Estado, sabemos das dificuldades, mas não podemos nos acomodar com esta situação. […] Já falei e repito, se a União não quiser alguma dessas concessões, o Estado se credencia a assumir essas rodovias e fazer a concessão necessária”, disse o tucano.

Segundo o deputado estadual  Junior Mochi (MDB), as obras irão penalizar o usuário que precisa trafegar na rodovia. “Vamos levar quatro anos para usar uma rodovia pronta. A concessionária tem que ser penalizada e não o consumidor. Estamos aqui tratando de relicitação, porque um contrato não foi cumprido pela maior concessionária de rodovias da América Latina”, pontuou.

Já o gestor de Bandeirantes, Edervan Sprotte (DEM), reivindicou a duplicação total da BR-163 durante seu posicionamento. “Não quero só a terceira faixa. Temos que lutar por 100% de duplicação”.

Concessão – Leilão que deve escolher a próxima concessionária a administrar trechos da BR-163 em Mato Grosso do Sul pelos próximos 30 anos deve ocorrer somente em 2024, conforme prazos estimados pelo diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Rafael Vitale.

“Daqui a 30 ou 60 dias a gente realiza a próxima audiência, muito provavelmente em Dourados, porque será sobre a Rota do Tuiuiú que trata da região sul”, explicou o diretor.

Conforme Vitale, são dois projetos: Rota do Pantanal, que contempla a região norte; e Rota do Tuiuiú, que contempla a região sul. Após finalização da etapa de audiências públicas, será elaborado relatório com as considerações finais sobre o projeto e enviado ao TCU (Tribunal de Contas da União).

Fonte: Gustavo Bonotto e Gabriel de Matos/Campo Grande News

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