A Santa Casa exige repasse adicional de R$ 4 milhões da Prefeitura de Campo Grande para renovar convênio que assegura custeio dos atendimentos do SUS (Sistema Único de Saúde) na unidade hospitalar. Com prazo limite até quinta-feira (27), o município negocia ajustes que possam garantir equilíbrio financeiro e contratação de novos serviços.
Virgílio Gonçalves, superintendente da Sesau (Secretaria de Saúde), explicou em reunião do Conselho Municipal de Saúde não ser possível “apagar incêndio financeiro da instituição” com a ampliação do repasse, sem que haja alguma contrapartida de ganho no processo. A proposta apresentada pela prefeitura, inclusive, chegou a cogitar adicional de R$ 2 milhões no valor do custeio atual de R$ 1,217 milhão, além de mais R$ 2 milhões destinados a contratação de novos serviços, como leitos hospitalares e exames. O recurso deve sair do caixa próprio do Executivo.
O presidente da Santa Casa de Campo Grande, Wilson Teslenco, propôs discutir os serviços com um aditivo futuro, uma vez que isso não pode ocorrer sem se resolver os problemas do passado que somam déficit mensal de R$ 4 milhões, justamente o valor solicitado como acréscimo.
Caso o impasse não se resolva até quinta-feira, Vírgilio pontua que “todos estariam na ilegalidade” e Wilson que a unidade hospitalar não terá condições financeiras de arcar com os custos da ocupação de 90% dos leitos e serviços por pacientes do SUS.
Para a promotora de Justiça da Saúde Pública de Campo Grande, Filomena Fluminhan, o acompanhamento das negociações ocorre de forma preventiva, tendo em vista que a Santa Casa é principal referência para o atendimento de saúde no Estado. “Acredito na renovação do convênio, pois o município tem interesse e responsabilidade”, ressalta.
Dois conselheiros municipais de saúde foram designados, hoje (24), para acompanhar o andamento do processo, bem como outros itens relativos a busca de R$ 11 milhões para reforma da Santa Casa, reuniões com o Ministério da Saúde para repasses a unidade hospitalar e até mesmo a conclusão da unidade do trauma, iniciada em 2003 e atualmente paralisada.
Fonte: Kleber Clajus – Campo Grande News