O título de campeão Estadual da Segunda Divisão do Futebol Sul-mato-grossense está bem entregue ao time da SERC. Afinal, foi disparadamente a melhor equipe da competição. Para sintetizar e evidenciar a campanha da equipe, a conquista de forma invicta.
Afinal, foram dez jogos realizados e neles, foram registrados quatro empates e seis vitórias. O time marcou 16 gols e sofreu apenas três, ficando com um saldo positivo de 13 tentos. Até a partida do último sábado (22), a SERC estava invicta há exatos 360 minutos e mesmo usando a velha máxima do futebol, ao se referir que a modalidade é conjunta, é inegável, mas um jogador do time foi o destaque da competição: Alan Tobias, que no gol impediu em diversos jogos que o time fosse derrotado.
DECISÃO
Em Corumbá, reduto do time local que foi apoiado maciçamente por 4.860 torcedores, a SERC que havia vencido o primeiro jogo em casa, por 1 x 0, precisava de um simples empate para ficar com o título e para tanto, o técnico José Coelho manteve a mesma escalação, mesmo porque, o momento não propício para inventar nada ou buscar fórmulas novas, pois o entrosamento foi um dos pontos altos do time.
No entanto, do outro lado no time do Corumbaense, tal como havia dito ao longo da semana, o técnico Cláudio Roberto, mudou a equipe escalando logo de início os jogadores Jullyan e Keverson, para dar maior mobilidade ao ataque e chegar ao gol do adversário o mais rápido possível. Foi justamente isso que aconteceu. O Corumbaense entrou em campo com tudo e logo com 1min30, Willians Recife experimentou de fora da área, mas Ala Tobias não teve problemas para defender.
O Corumbaense empurrado pelo grito de “Galo”, “Galo”, impôs mais velocidade, ocupando preferencialmente o lado esquerdo do time, com a subida do lateral Jô e o deslocamento de Keverson – cuja família acompanhava o jogo da arquibancada coberta – deixava o lateral Trindade em palpos de aranha. Por aquele setor estava desenhado o caminho para o Corumbaense chegar ao gol. Tanto que aos três minutos, aconteceu uma falta e Cafu se deslocou para fazer a cobrança e através dela, começou a brilhar a estrela do goleiro Alan Tobias. Na cobrança, a bola “resvalou” no zagueiro Fabão quase enganando o goleiro e ele, no mais puro reflexo de mão trocada mandou a bola para escanteio. Era mais um indicativo que fortes emoções estavam reservadas para a partida.
Como “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, aos seis minutos, o estádio “explodiu” de alegria. Depois foi a vez do goleiro Edemar, do Corumbaense evitar o gol de Andradina, mandando a bola para escanteio e na cobrança, Keverson puxou o contra-ataque e tocou para Willians Recife que chutou forte e no primeiro momento Alan Tobias defendeu, no entanto no rebote, Jullyan tocou para o gol vazio abrindo o placar e levando a torcida à loucura.
Mesmo com o gol, o Corumbaense continuou imprimindo o mesmo ritmo veloz na tentativa de chegar à marcação do segundo gol, pois o time dominava as ações, sufocava o meio campo da SERC, que não achava o espaço para fazer a transição das jogadas deixando isolado na frente o atacante Thiaguinho e Andradina. No entanto, aos 24 minutos, a “jogada” mais ousada por parte do técnico José Coelho, da SERC, que tirou o zagueiro Wagner, recuando Valtinho para aquele setor e colocou em campo Sandrinho. As mudanças surtiram o efeito esperado e através delas, o time visitante ganhou vida e a partir de o time da casa já não mantinha o mesmo ritmo e com isso, a SERC teve forças suficientes para terminar o primeiro tempo perdendo apenas por 1 x 0.
2º TEMPO
O segundo tempo começou de maneira invertida e o mesmo ritmo imposto pelo Corumbaense, foi imposto pela SERC tanto que logo a 1min30, o time chegou ao gol de empate através Thiaguinho que escapou bem da forte marcação imposta pelos zagueiros do time de Corumbá e bateu forte indefensável para o goleiro Edmar, estabelecendo o empate.
O gol foi uma “ducha fria” para o time e para a torcida que se calou e com isso, a equipe se perdeu em campo, dando os espaços para SERC criar as jogadas, com Kanu que bem protegido por Panta e Buru, se soltou mais e passou a municiar o ataque do time visitante. De tanto fustigar, aos 9 minutos, Andradina puxou o contra-ataque e serviu Thiaguinho que com muita categoria, colocou no ângulo fora do alcance do goleiro Edmar, calando de novo a torcida.
Com a vantagem no placar, era de se esperar que o time da SERC recuasse para manter o placar, pois se o empate já era necessário para conquista do título e naquela altura, o time estava vencendo, nada disso. Foi mantido o mesmo ritmo e o jogo ficou mais franco. Com o placar adverso, o técnico Cláudio Roberto viu que Keverson já não mantinha a mesma velocidade e a partir do segundo gol sofrido, ele voltou à escalação normal, mas mexendo de forma errada, pois ele tirou Keverson e também Willians Recife na tentativa de retomar o ritmo do primeiro tempo.
A mexida até que deu um pouco de efeito, tanto que aos 20 minutos, Jullyan foi derrubado dentro na área por Trindade pênalti que o árbitro Neuri Antônio Przyulinzki marcou o pênalti convertido por Rodolfo e mais uma vez a torcida passou a acreditar na possível virada, o, mas os ataques acabaram parando nas mãos do goleiro Alan Tobias.
O arbitro Neuri Antônio levou a partida até os 51 minutos e nesse tempo, proporcionou uma chance para Kanu fechar o placar, mas Edmar pegou. Fim de jogo e o time da SERC festejou em campo para a tristeza dos torcedores do Corumbaense que como se não acreditasse, foi aos poucos deixando as dependências do estádio Arthur Marinho que viveu uma noite de gala e típica do verdadeiro futebol do Estado.
Fonte: Gilson Giordano – Capital News