Passado pouco mais de um mês do assassinato do jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19, detalhes da investigação policial, que correu em sigilo, não param de surgir. Um deles é sobre a cronologia dos fatos, que para a Polícia Civil e MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) demonstram premeditação e dolo (intenção) de dois dos envolvidos no homicídio.
Após se entregar à polícia, Rubia Joice de Oliver Luivisetto, de 21 anos, alegou que o “ficante” dela, Danilo Alves Vieira da Silva, 19, foi quem atirou em Hugo. O mais novo também teria feito ameaças de morte para que ela e um amigo, conhecido como “Maninho”, escondessem o ocorrido.
A moça também afirmou que foram Danilo e Maninho os responsáveis por colocar o corpo de Hugo na carroceria do veículo dela e se livrarem do cadáver. Disse que não sabia o que havia sido feito do corpo, muito menos do esquartejamento.
O amigo dela, por sua vez, também no segundo depoimento – antes, os dois haviam combinado versão mentirosa –, afirmou que Danilo atirou o corpo nas águas do Rio Iguatemi, em trecho que passa por dentro da propriedade rural da família dele, em Sete Quedas, e em seguida, os dois foram embora.
Para a investigação, é possível que, sobre esse ponto, os dois tenham falado a verdade, já que a desconfiança do esquartejamento recai sobre o principal suspeito de matar o jogador. “Danilo, depois de jogar o corpo da vítima em um rio, teria retornado ao lugar e, ao perceber que ele estava visível, tirou-o da água e cortou-o em várias partes”, diz trecho de decisão do juiz Mateus da Silva Camelier, substituto na Vara Única de Sete Quedas, que converteu em preventiva (por tempo indeterminado) a ordem de prisão expedida para o acusado.
Durante reprodução simulada do crime, com a colaboração de Maninho, a equipe policial de Sete Quedas e a perícia científica estiveram na fazenda que pertence à família de Danilo, apreenderam serras que podem ter sido usadas para o esquartejamento do corpo e usaram luminol (substância que reage à presença de sangue).
A acusação – De acordo com o que foi divulgado pela investigação, que tramitou em sigilo, Hugo saiu de uma festa em posto de combustíveis em Pindoty Porã, cidade paraguaia que faz fronteira com Sete Quedas, na madrugada do dia 25 de junho. Ele foi deixado por amigos na casa da ex-namorada e, desde então, não foi mais visto. A família então procurou a polícia e registrou um boletim de desaparecimento.
Uma denúncia anônima levou às buscas pelo jogador ao Rio Iguatemi. O Corpo de Bombeiros trabalhou intensamente, sem sucesso nos três primeiros dias, mas, então, a polícia chegou até “Maninho” – amigo de Rubia, que confessou ter ajudado na ocultação do cadáver. Ele apontou onde o corpo do jogador foi desovado, um ponto do rio que passa por dentro da propriedade rural da família de Danilo.
No dia 2 de julho, bombeiros passaram a localizar partes do corpo da vítima. Foi então que a polícia percebeu a premeditação do crime: os envolvidos haviam cortado a vítima em pequenos pedaços.
Para a polícia, Rubia atraiu o ex-namorado até a casa dela, onde ele foi morto por Danilo. Depois, trabalhou na ocultação de provas e para embaraçar a investigação. Ela está presa e o “ficante”, segue foragido.
Ela nega qualquer planejamento. Alega que Hugo invadiu a casa e o quarto dela, onde estava com Danilo. Ela se levantou e tentou empurrá-lo para fora do imóvel, quando de repente, pelas suas costas, o rapaz atirou contra Hugo.
Fonte: Anahi Zurutuza/Campo Grande News