O governo federal sinalizou o aumento da gasolina e do diesel, de acordo com um blog do jornal O Estado de S. Paulo publicado na terça-feira (28), e a reunião do conselho da União responsável pela mudança que define o reajuste será na sexta-feira (31). Mesmo com a defasagem dos preços praticados no País, conforme as autoridades vêm alertando em todo o decorrer de 2014, os consumidores reclamam que transitar nos veículos está ficando muito caro.
“A gasolina está ficando muito cara”, reclamou o banhista de animais Rafael Ferreira, de 21 anos. Quanto ao diesel, o empresário Antônio Carlos Magrão disse que, em viagens, está compensando fazê-las de avião. “Estou indo para Goiânia [GO] agora, devo gastar uns R$ 700; se fosse de avião, iria gastar uns R$ 600.” E Hélio Ferreira, de 42, pede para o aumento não acontecer. “Por que não se mantém o preço… todo aumento é abusivo”, advertiu o serigrafista.
Tabelado em torno de R$ 2,98 a média em Campo Grande (em R$ 3,29 no Estado), o preço da gasolina tende a aumentar entre 8 e 10%. Já o diesel, que tem o preço médio de R$ 2,68 na Capital — a média em MS é R$ 2,80 — o acréscimo será de 5 a 8%. No interior do Estado, o valor é bem mais caro para esses combustíveis, que podem chegar atualmente ao teto de R$ 3,50, a gasolina.
Caso seja acertado os aumentos, é a primeira medida da presidente Dilma Rousseff (PT) após a eleição onde saiu vencedora. Apesar das críticas que vão vir, a medida estava acertada há algum tempo. “Na verdade, todo ano tem aumento. Hoje, o preço da gasolina, por exemplo, está defasado em cerca de 20%”, afirmou o consultor técnico do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Estado de Mato Grosso do Sul (Sinpetro/MS), Edson Lazaroto.
Reflexo na economia
O aumento da gasolina tem reflexo em toda a economia brasileira. Conforme Lazaroto, pode ser que a presidente da República tenha segurado o aumento para esta semana, depois das eleições. Mas o País não pode desfazer desse aumento.
O que o consultor técnico pede, é que o novo governador de MS, Reinaldo Azambuja (PSDB), pense direito no que se refere a baixar o valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado dos combustíveis, que no Estado alcança 17%, enquanto que em estados vizinhos, como São Paulo e Paraná, o valor do imposto é de 12%. “Os postos do Estado iriam lucrar bem mais”, afirma. “Só de pensar que passam em média 17 mil veículos nas rodovias de Mato Grosso do Sul, e que nenhum planeja abastecer aqui, é de supor o tamanho do prejuízo dos nossos postos.”
Com a baixa do ICMS, igualando-se à alíquota de 12% dos estados vizinhos, o Governo do Estado pode deixar de arrecadar muito dinheiro, entretanto, quem lucraria bem mais seriam os postos, e consequentemente, os consumidores.
Fonte: Gabriel Kabad – Capital News