Adalberto Alexandre Domingues, vereador de Ribas do Rio Pardo conhecido como Betinho, ex-presidente da Câmara e afastado diante da acusação de comandar a “farra das diárias”, renunciou ao mandato nesta quarta-feira (11). A decisão, segundo informações do site Rio Pardo News, foi tomada por ele dentro do Centro de Triagem Anísio Lima, em Campo Grande, onde ele está preso.
Os parlamentares do município vizinho irão se reunir em sessão extraordinária nesta quinta, às 15h, com o objetivo de discutir o assunto. A convocação foi feita por edital. Adalberto ficou conhecido por fugir de pijamas quando o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) chegou até a casa dele para prendê-lo, no dia 26 de novembro, e acabou se apresentando à polícia no dia seguinte.
Conforme reportagem Rio Pardo News, já era esperada a renúncia, já que a perda do mandato pode ser uma das penas imputadas pelos crimes de improbidade e peculato, ao qual ele está sendo investigado junto com mais sete parlamentares, todos eles afastados: Lucineide Friosi (PSC), Antonino Ângelo da Silva (PSC), Célia Regina Ribeiro (PSDB), Cláudio Roberto Siqueira Lins (PT do B), Diony Erick Lima (PSDC), Fabiano Duarte de Souza (PR), Justino Machado Nogueira (PDT).
Betinho pode puxar a renúncia dos demais vereadores apontados como integrantes do esquema ilegal. A presidente da Comissão Processante aberta na Câmara de Ribas contra os políticos disse que a renúncia pode ocasionar o arquivamento do processo após leitura em plenário.
Farra das diárias – De acordo com a investigação do MPE (Ministério Público Estadual), que durou cerca de dez meses, os vereadores faziam saques de dinheiro em um supermercado do município, pagavam pensão alimentícia com dinheiro público, forjavam relatórios de viagens e ensinavam os colegas a seguir com os esquemas fraudulentos.
O Ministério fez uma relação de crimes cometidos por cada um dos acusados. O grupo também contratava empresas sem licitação ou por procedimentos licitatórios que não passavam de farsa, para beneficiar empresas de familiares e de amigos dos agentes públicos.
No dia 13 de janeiro foi aberta a Comissão Processante para investigar o esquema. Em novembro, o Gaeco deflagrou a Operação Viajantes, que apreendeu documentos na Casa de Leis. A promotoria do município ingressou com uma ação civil pública para investigar os gastos. Como não foram condenados pela Justiça, os vereadores ainda possuem os mandatos, mas podem perdê-los se a Comissão Processante cassá-los.
Fonte: Ricardo Campos Jr. – Campo Grande News